terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Entre Quatro Paredes

   Há duas semanas fui assistir a peça “Entre quatro paredes”, um texto bem interessante de Jean Paul Satre,de onde saiu uma das suas mais famosas frases  “o Inferno são os outros”. E para mostrar a relação conflituosa dos três personagens trancados em lugar obscuro, os atores que eram num total de nove, revezavam os papeis entre si. O modo como esses atores se dispunham no palco de maneira coreografada e alegorica até mesmo no momento em que não estavam “encenando” era incrível, sempre ligados a cena, nunca atrás do palco, sempre interferindo, seja com um coro ou com alguma ação ou mesmo com o próprio silencio, até mesmo como simples matéria no palco. Esses e vários outros detalhes ajudaram a formar uma configuração alucinante para o espetáculo com conteúdo, com uma estética e com personagens bem excêntricos

   A peça tinha vários elementos interessantes em cena, como a questão da mimética do jogo de xadrez utilizado em cena com relação à movimentação e relação dos personagens, os atores se aquecendo no início do espetáculo em enquanto o público chegava, a utilização de uma encenação mais sensorial, a busca por uma pluralidade de signos gerando vários significados, tudo isso leva o público a buscar um novo sentido para a peça, as vezes até através de elementos que não tem muito sentido, pistas falsas, mas que dá ao espectador uma atividade maior, para construção de um imaginário sobre o espetáculo.

   Enfim, acho que foi um espetáculo que permitiu-me ter uma amplitude de percepções sobre as cenas e sobre o texto e principalmente sobre a encenação, sem que falar que foi ótimo poder assistir a minha amiga Tamara em cena e poder prestigiar a grande montagem do professor e diretor Péricles Martins, os quais eu já tive o prazer de poder trabalhar.

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